Independentemente de quais tenham sido os seus planos para 2020, temos certeza de uma coisa: você foi pego de surpresa, assim como nós. Esse foi um ano completamente atípico e a razão para isso tem um nome: covid-19, abreviação de Coronavirus Disease 2019 (doença do coronavírus 2019, em inglês).
Esse problema surgiu no fim de 2019, em Wuhan, pequena cidade na China. Ainda não se sabe exatamente qual foi a origem dessa mutação — que aconteceu a partir de um vírus já existente e circulante no mundo —, mas sabemos que a doença trouxe consequências inestimáveis para a vida de toda a população global.
Infelizmente, os animais de estimação também têm sofrido com essa realidade. O número de abandonos cresceu bastante, tanto por questões financeiras — já que a crise econômica está muito grande — quanto por medo dos bichinhos serem transmissores dessa doença potencialmente fatal.
Mas, afinal, qual é a relação entre pets e coronavírus? Eles podem se infectar com essa doença e transmitir para os seus tutores? Quais são os cuidados que devemos tomar? A seguir, responderemos todas essas perguntas para que não restem dúvidas sobre esse assunto. Vamos lá? Boa leitura!
O que é, afinal, a doença covid-19?
Antes de mais nada, vamos revisar rapidamente o que é essa doença e por quais motivos ela acontece, ok? Assim, poderemos seguir nossa conversa de maneira bem mais produtiva.
A covid-19 é uma infecção majoritariamente respiratória causada por um vírus (SARS-CoV-2) da família dos coronavírus. Lembrando que alguns vírus são extremamente mutáveis, ou seja, passam por modificações em seu DNA com muita frequência e alguns fazem isso com mais rapidez do que outros, como é o caso do agente causador da gripe.
Os coronavírus já são velhos conhecidos da ciência por causarem uma série de doenças em diversos animais. No entanto, essa mutação em particular tem gerado muitos estragos devido à sua alta taxa de contaminação e aos seus sintomas, que são brandos em algumas pessoas — e parecidos com os de uma gripe comum —, mas fatais em outras, ocasionando comprometimento pulmonar e de vários outros órgãos.
Por que cães e gatos fazem vacinação contra coronaviroses?
Se você olhar a carteirinha de vacinação de seu cãozinho, será possível notar que um dos tipos de vacinas aplicadas nele corresponde a uma imunização contra o coronavírus. Estamos falando sobre a polivalente (V8 ou V10), que também protege o pet contra uma série de outras doenças.
Esse problema, no entanto, não tem qualquer relação com a doença covid-19. Estamos falando aqui sobre o coronavírus entérico canino. Os sintomas são de cunho digestivo e, portanto, envolvem sinais como diarreias, que costumam se resolver em poucos dias com o tratamento adequado.
Os gatos também têm a sua versão, que atinge o trato gastrintestinal e não causa grandes problemas. Os sintomas também envolvem diarreias e a cura pode ser espontânea (mas podem se infectar novamente após um perído). No entanto, o coronavírus felino pode se tornar perigoso caso haja uma mutação, que faz com que o bichano desenvolva uma doença conhecida como peritonite infecciosa felina (PIF).
A PIF é grave e não possui cura até o presente momento, somente tratamento suporte dos sintomas. Estudos e testes conduzidos com medicamentos estrangeiros, no entanto, têm trazido ótimas promessas para que esse problema possa, finalmente, ser curado em nossos gatos. E há, inclusive, pesquisas que relacionam essas estratégias com o tratamento para a covid-19!
Sendo assim, temos aqui vírus diferentes que pertencem a uma mesma família. Basta pensar em você e seus familiares. Vocês compartilham algumas características, mas são completamente diferentes, certo?
Afinal, animais podem se contaminar com covid-19?
Não existem estudos ou evidências científicas suficientes que comprovem que pets possam ser infectados pelo SARS-CoV-2. Existem alguns relatos no mundo, em espécies diferentes, porém insuficientes para comprovar se os pets podem se infectar e desenvolver a Covid-19.
Os pets podem transmitir covid-19 para os humanos?
De acordo com as pesquisas conduzidas por especialistas de todo o mundo, a resposta é não. Não há qualquer evidência que animais de estimação possam passar esse problema para os seres humanos.
O coronavírus pode grudar no pelo do pet?
Há uma série de patógenos — agentes causadores de doenças — que podem, sim, ser trazidos para casa por meio dos pelos e patinhas de nossos pets. No entanto, essa realidade não se aplica aos vírus causador da Covid-19.
Esses são dados mostrados pela FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de medicamentos e vacinas nos Estados Unidos. Você pode conferir essas e outras informações no site oficial da entidade (em inglês).
Posso usar álcool para desinfecção dos animais?
O uso de álcool na pele de pets não é recomendado. Além de ser desnecessário — afinal, como vimos, não há qualquer evidência, até o presente momento, de que o coronavírus fique aderido ao pelo dos animais de estimação —, isso pode gerar uma série de problemas cutâneos.
O problema é ainda maior quando falamos de gatos, que têm o hábito de se lamber para realizar a higienização pessoal. Ao ingerir o álcool, o bichano pode se intoxicar e passar mal. Sendo assim, priorize o bem-estar de seu animal de estimação!
Quais são os cuidados que devo ter com o meu pet?
Agora, veremos alguns cuidados com animais domésticos que não podem ficar de fora nesse período de pandemia. Afinal, sabemos pouco sobre o funcionamento desse vírus e, portanto, a prevenção é essencial. Vamos lá?
Passeie com o seu pet em horários mais tranquilos
Uma das primeiras dicas que podemos dar é: escolha melhor os horários de passeio com o seu pet. Não há razão para não levá-lo para seus exercícios diários durante os tempos de pandemia (e prevenir doenças como a obesidade), mas é preferível escolher períodos em que a circulação de pessoas é menor em seu bairro.
Além de te proteger contra possíveis contatos com pessoas doentes, essa é uma ótima dica para promover o distanciamento social, que é um dos pilares na batalha contra essa doença. E, de quebra, isso ajuda a não deixar os animais estressados dentro de casa!
Higienize as patinhas assim que chegar em casa
Outra dica interessante — tanto em relação ao coronavírus quanto a qualquer tipo de problema — é buscar higienizar as patinhas de seu animal antes de entrar com ele em casa. Isso garantirá que nenhum tipo de vírus ou bactéria entre em seu lar e possa prejudicar o seu bom amigo.
Converse com o veterinário sobre o melhor produto para fazer isso. No entanto, para a maioria dos casos, um sabonete ou shampoo neutro específico para pets será o suficiente. Contra o coronavírus, por exemplo, o sabão é o melhor aliado, pois destrói a capa de gordura do vírus, matando-o. NUNCA utilize álcool.
Limite o contato de seu animal com outros animais e outras pessoas
Ainda que os animais não possam transmitir o coronavírus para outras pessoas, é interessante limitar o contato de seu pet com outros bichinhos e outras pessoas nesse período. Afinal, mesmo na ausência de evidências que comprovem essa situação, todo cuidado é pouco.
Por isso, o distanciamento social também é válido para os animais de estimação. Esse tipo de cuidado é temporário, mas pode ser fundamental para garantir que seu amigão permaneça saudável, sem stress, nesse período tão complicado.
Mantenha seu pet saudável e com uma boa imunidade
Já que o assunto é saúde, nada melhor do que falarmos um pouquinho sobre isso. Nesse momento, os cuidados com a imunidade de seu animal são mais importantes do que nunca, para garantir que seu sistema imunológico esteja preparado para enfrentar qualquer desafio.
Por isso, invista em uma alimentação de boa qualidade e garanta que as vacinas e vermifugação do pet estejam em dia. Além disso, capriche nas brincadeiras com cães e gatos para evitar problemas com ansiedade. Os cuidados com o animal devem seguir normalmente nesse momento.
Não adie as visitas ao médico veterinário
Outro cuidado importante — e que deve ser mantido normalmente — são as idas ao veterinário. Consultas de rotina podem ser mantidas, desde que o estabelecimento também esteja seguindo as normas de segurança determinadas para o período de pandemia.
Por isso, repetimos: vacinações e check-ups devem ser feitos normalmente. Garantir a saúde de seu amigo é prioridade! Além disso, caso ele não se sinta bem, é fundamental agendar uma consulta para ver o que está acontecendo e não deixar para “quando a pandemia acabar”.
Caso pegue covid-19, reduza o contato direto com seu animalzinho
Infelizmente, todos estamos suscetíveis a contrair essa doença. Caso isso aconteça com você e a recomendação seja o acompanhamento domiciliar, e não hospitalar, busque isolar-se e manter uma certa distância de seu grande amigo por alguns dias.
Ainda que não haja evidências científicas de contaminação entre humanos e animais, é melhor prevenir, não é mesmo? Então, se possível, evite beijos, abraços e pegá-lo no colo durante a sua quarentena. Sabemos que será difícil, mas essa é a melhor maneira de garantir que nada de mal acontecerá com o seu cão ou gato!
Existem estudos sobre o assunto? Quais são os resultados?
A covid-19 é uma enfermidade nova e que trouxe muitos prejuízos para a economia e para a saúde da população mundial. Por isso, esforços têm sido destinados à descoberta de possíveis tratamentos e vacinas para o problema.
Sendo assim, os estudos com animais ainda são bastante precoces, especialmente considerando que os pets não parecem ser tão afetados assim pelo vírus.
De acordo com o CDC (Center for Disease Control e Prevention, ou Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA), os relatos da doença nos animais foram observadas em outras espécies, além de cães e gatos, como furões, hamsters e morcegos.
No entanto, cães não costumam passar a doença para outros cães, e gatos têm uma capacidade maior de transmissão dentro da própria espécie. Nos estudos, contudo, não foram observadas quaisquer evidências de que os pets podem passar o coronavírus para os humanos.
Como fazer a higiene do pet e do ambiente?
Para o ambiente, os produtos de limpeza utilizados devem ser liberados por um médico veterinário, de acordo com as particularidades de cada pet. Alguns animais são mais sensíveis e apresentam reações alérgicas devido à composição de alguns produtos ou até mesmo ao seu cheiro.
De modo geral, a limpeza de superfícies e objetos deve ser feita com álcool 70% ou com água e sabão (sabonetes ou detergentes, por exemplo). Esses são os produtos que são capazes de conter o vírus causador da covid-19.
Agora, para a limpeza dos pets, a questão é ainda mais delicada. O seu veterinário poderá orientá-lo melhor, mas, em boa parte dos casos, utilizar um pouquinho de água com sabão para a higienização das patinhas ao chegar dos passeios já é o suficiente. A frequência de banhos será determinada a partir de critérios médicos e da necessidade de seu bichinho.
Como podemos ver, a relação entre pets e coronavírus é bem antiga e até o momento, não há comprovação científica que nossos amigos oferecem risco para a nossa saúde! No entanto, é preciso continuar se informando por meio de notícias confiáveis e artigos científicos para que, assim, possamos cuidar melhor de nossos queridos animais de estimação.
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