Ver o pet rechonchudo exibindo a barriga para ganhar um afago é uma das cenas mais engraçadinhas que os tutores presenciam, não é mesmo? Porém, por trás dessa fofura exagerada, se esconde um problema cada vez mais comum hoje em dia: a obesidade em animais de estimação.
Uma pesquisa realizada com tutores de cães e gatos no Brasil, na China, na Rússia, no Reino Unido e nos Estados Unidos revelou estimativas alarmantes: 59% dos cães e 52% dos gatos estão acima do peso. Em contrapartida, apenas ¼ desses tutores descreve o seu pet como obeso, o que é ainda mais preocupante, já que deve partir dos tutores o controle da alimentação.
Afinal, como reconhecer a obesidade em animais de estimação? Quais são os riscos da doença e o que é possível fazer para evitar o problema? Continue conosco, pois é sobre isso que falaremos por aqui!
Como identificar a obesidade em animais de estimação?
A obesidade é definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal. Normalmente, os animais de estimação a desenvolvem por ingerirem mais calorias do que o necessário para manter a sua saúde e o seu bem-estar. Via de regra, isso acontece quando os tutores fornecem alimentos além da quantia suficiente e não estimulam a perda calórica por meio de atividades físicas.
Há casos em que cães e gatos podem apresentar sobrepeso e desenvolver obesidade por conta de disfunções hormonais, como o hipotireoidismo, ou por alguns fatores, como o avanço da idade e a castração. Em cachorros, há ainda algumas raças com predisposição a ganhar peso, como Labrador, Beagle, Poodle, Basset Hound, Pug e Bulldog Inglês. Quanto aos gatos, são os mestiços que têm maior chance de se tornarem obesos.
O amor que sentimos pelos nossos pets pode dificultar a identificação da obesidade, já que eles nos parecem lindos do jeitinho que são, além de ser complicado reconhecer a responsabilidade pelo problema. Entretanto, é preciso ficar atento.
Os veterinários consideram animais de estimação obesos quando eles apresentam 20% ou mais de excesso de peso e, quando tiverem entre 10% e 20% a mais, encontram-se em sobrepeso. O primeiro diagnóstico pode ser feito por você mesmo.
Se você não consegue sentir as costelas do seu peludo enquanto o apalpa, ele está fora do seu peso ideal. Você também pode visualizar o pet e identificar as seguintes características:
- ausência de cintura;
- marcante depósito de gordura sobre a coluna, na caixa torácica, no abdome e na base da cauda;
- marcante distensão abdominal.
Quais os riscos do sobrepeso em pets?
Exatamente como ocorre com os seres humanos, a obesidade em animais de estimação está ligada ao aumento dos riscos de desenvolver outras enfermidades, que podem alterar bastante a vida do pet. Entre os riscos, podemos destacar:
- redução significativa da expectativa de vida;
- desenvolvimento de problemas e doenças cardiovasculares;
- desenvolvimento de problemas e doenças respiratórias (especialmente nas raças de cães e gatos braquicefálicos, de focinho curto, que já têm problemas relacionados);
- desenvolvimento de Diabetes;
- redução da imunidade (o que aumenta o risco de infecções);
- desenvolvimento de doenças osteoarticulares, como a artrose e a displasia coxofemoral;
- surgimento de cálculos urinários;
- letargia e falta de disposição.
Muita coisa, não é mesmo? Sabemos que você não quer nada disso para o seu peludo. Então, veja o nosso próximo tópico.
Como evitar e minimizar a obesidade em cães e gatos?
O forte vínculo emocional que temos com nossos animais de estimação pode fazer parte do problema, já que muitos tutores expressam sua afeição pelo pet por meio da alimentação — o que pode facilmente levar o animal a consumir mais calorias do que precisa. Afinal, sabemos o quão difícil é resistir aos olhares suplicantes dos peludos por mais ração ou petiscos.
Aquela mesma pesquisa que citamos no início do nosso artigo indica que 59% dos tutores de cães e gatos disseram que se sentem recompensados ao alimentar seu animal de estimação e 77% disseram que seu pet fica animado quando é alimentado. A boa notícia é que os próprios tutores detêm a chave para manter o peso saudável do pet: ignorar os pedidos e monitorar a quantidade de alimento.
Separamos algumas dicas para você evitar ou minimizar a obesidade no seu animal de estimação. Veja só.
Controle a quantidade de ração
A primeira medida a ser adotada é reduzir a quantidade de alimento que você oferece ao pet. As embalagens de rações indicam a quantidade correta, mas é importante que você converse com o veterinário para que, juntos, adequem a dieta.
Procure fornecer alimentos de qualidade superior, como as rações Premium e Super Premium, que contêm ingredientes mais nobres, que nutrem e satisfazem mais o pet. Peça ao médico veterinário do seu animal para calcular a quantidade diária de ração, para evitar excesso ou falta de nutrientes. Distribua essa quantia em pequenas porções em horários fixos do dia.
Se o pet já estiver acima do peso, é indicado o uso de rações para obesidade ou realizar uma consulta com um nutrólogo veterinário, para poder instituir de forma adequada uma dieta natural.
Crie um ambiente enriquecedor
É fundamental incentivar que o pet faça exercícios físicos para gastar as calorias ingeridas em excesso. Por isso, sempre passeie com o seu cão e leve-o a parques pet friendly para que ele possa gastar um pouco de energia. Na impossibilidade de sair de casa, crie um ambiente enriquecedor, que estimule a curiosidade e os movimentos do peludo.
Isso é especialmente importante para os gatos, famosos preguiçosos, que passam a maior parte do dia dormindo dentro de casa. Tenha brinquedos e dedique um momento do dia para curtir com eles.
Substitua os petiscos por outro sinal de afeto
Os petiscos são grandes inimigos do peso saudável, pois são bastante calóricos e ofertados diversas vezes ao dia. Então, seja forte, defina uma quantidade ideal e dê apenas em ocasiões especiais.
Para pôr fim ao hábito do petisco, toda vez que seu peludo pedir um agradinho a você, substitua-o por afagos ou uns minutinhos de brincadeiras. Você pode, também, escovar o pet nesse momento, já que isso é mais prazeroso que receber um biscoito. De quebra, você estreita seus vínculos com o pet.
Dê atenção aos animais idosos e castrados
Como mencionamos, a castração e o avanço da idade são fatores que influenciam o aumento de peso dos animais. Por isso, esses pets requerem cuidados redobrados. Para esses casos, o ideal é oferecer alimentos específicos para animais castrados e para a fase de vida do peludo.
Visite o veterinário regularmente
Como dissemos, nem sempre os tutores conseguem reconhecer que seus pets estão obesos. Portanto, leve-o a consultas veterinárias periodicamente para que o profissional acompanhe o peso do animal. Evitar o problema é mais fácil do que fazer o pet emagrecer depois. Caso o seu parceiro esteja acima do peso por outras razões que não o excesso de alimento, é preciso investigá-las e tratá-las.
Uma vez diagnosticada a obesidade, o veterinário pode criar um programa de reeducação alimentar para o peludo e encaminhá-lo para prática exercícios controlados. A fisioterapia é uma ótima aliada no controle de peso do animalzinho. É possível realizar uma série de exercícios para queima calórica e ganho de massa muscular, sem sobrecarregar ainda mais as articulações do animal com sobrepeso, como na hidroterapia, por exemplo.
Como você viu, o estilo de vida moderno que levamos está afetando a saúde de nossos cães e gatos. O sedentarismo, somado a uma alimentação inadequada, pode levar a um quadro preocupante de obesidade em animais. Porém, a condição é reversível. Esteja atento e resista ao olhar “pidão” do seu peludo para que ele possa ter maior qualidade de vida ao seu lado!
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