Quem tem um bichinho de estimação, sabe: eles são muito preciosos e trazem cor e alegria para o nosso dia a dia. No entanto, infelizmente, a vida dos peludos é bem mais curta do que a nossa, o que nos deixa com a difícil tarefa de vê-los partir.
Muitas vezes, os pets são diagnosticados com doenças terminais, ou seja, que não têm cura, são progressivas e acabarão colocando um ponto final na linda jornada de nosso pet na Terra, fazendo com que, mais cedo ou mais tarde, tenhamos que nos despedir de nossos grandes amigos.
Nesses casos, o que fazer? A palavra-chave é: cuidados paliativos! Em nossa conversa de hoje, você saberá o que deve ser feito para garantir que os últimos momentos de seu cão ou gato sejam felizes, cheios de amor e sem qualquer tipo de dor ou desconforto. Vamos lá? Boa leitura!
O que são cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos — conceito também chamado de paliativismo — são um conjunto de estratégias que visam melhorar a qualidade de vida de pessoas e animais com doenças incuráveis.
Aqui, o objetivo principal é trazer dignidade e conforto ao paciente, evitando que ele sinta dor ou desconforto em um período em que, infelizmente, não há muito o que ser feito para reverter a doença que ele possui.
Os cuidados paliativos também servem para retardar a progressão da doença, fazendo com que a expectativa de vida do animalzinho aumente, assim como a qualidade dela. Ainda assim, seu foco é o tratamento dos sintomas causados pelo problema.
Dessa forma, são levados em conta não só os aspectos físicos — como a dor —, mas também os emocionais — estresse, solidão, angústia e muito mais. O pet, nesse caso, é assistido em todos os sentidos.
Qual é a importância desse tipo de cuidado?
Ao contrário do que pensamos, o diagnóstico de um problema terminal ou a progressão de uma doença crônica e incurável não são sentenças de morte. Ainda que, sim, a vida do pet esteja abreviada por conta desse problema, isso não é razão para acreditarmos que seus últimos meses ou anos devam ser carregados de sofrimento.
Pelo contrário! Mesmo portadores de problemas incuráveis, os animais podem — e devem! — ter uma vida plena e feliz. E é justamente esse o papel dos cuidados paliativos: trazer conforto e autonomia, além de contribuir com a sua qualidade de vida.
Quando um pet é submetido aos cuidados paliativos?
Diversas doenças podem fazer com que um animal seja candidato aos cuidados paliativos. Alguns exemplos são:
- idade avançada;
- estágios terminais do câncer;
- doença renal crônica em estágio avançado;
- mielopatia degenerativa;
- peritonite infecciosa felina (PIF), entre outras.
Esse tipo de atenção médica é recomendada quando o pet é portador de uma doença incurável — seja ela crônica, como a doença renal, ou adquirida, como a PIF —, na qual os tratamentos convencionais para combatê-la não estão mais surtindo efeito.
Esse tipo de cuidado é feito em casa ou na clínica veterinária?
Isso irá depender do quadro do animal. Nos casos mais graves, o animal pode, sim, precisar de alguns períodos de internação para que o seu estado geral seja monitorado e as medicações necessárias sejam administradas por via intravenosa.
Caso ele esteja em melhores condições, o tratamento paliativo pode ser realizado em clínicas de reabilitação ou na própria casa do paciente.
Quais são as principais terapias que fazem parte desse conceito?
Como vimos, os cuidados paliativos são um conjunto de estratégias que, juntas, fazem com que os pets fiquem confortáveis durante os últimos momentos de sua vida. Agora, veremos como a medicina veterinária pode ajudar!
Terapia medicamentosa
A primeira forma de ajudar nossos pets a se sentirem mais confortáveis é, sem dúvida, o uso de medicamentos. Eles podem servir para controlar as dores, diminuir os enjoos, estimular o apetite e muito mais, tornando a qualidade de vida mais favorável, garantindo o bem-estar do animal.
Acupuntura
A acupuntura é uma prática milenar chinesa que contribui para o equilíbrio geral do organismo a partir da pressão, feita por mini agulhas, em pontos estratégicos do corpo. Indolor e muito benéfica, ela contribui com a redução da dor, da ansiedade e dos desconfortos causados pela doença.
Quiropraxia
A quiropraxia é uma técnica que utiliza a mão para manipular alguns pontos do corpo e, assim, alinhar o organismo como um todo e fazer com que a mobilidade seja, pouco a pouco, devolvida ao paciente. Essa é uma técnica que também pode estar no protocolo de cuidados paliativos!
Massagens
Quem não gosta de uma boa massagem, não é mesmo? Felizmente, essa técnica não é reservada apenas aos seres humanos, e nossos amiguinhos também podem relaxar com a ajuda dessa estratégia. Além de proporcionar bem-estar pela liberação de endorfinas, a massagem evita contraturas musculares ocasionadas pela dor crônica.
Ozonioterapia
A ozonioterapia é uma técnica que tem levantado ótimos resultados para a saúde dos pets, incluindo para os que estão sob cuidados paliativos. Ela melhora a oxigenação dos tecidos e faz com que pets com câncer, problemas renais, urinários e intestinais (além de muitos outros) possam se sentir muito melhor.
Aromaterapia
Uso de óleos essenciais extraídos de plantas medicinais com objetivo terapêutico. Auxilia no tratamento de problemas emocionais, bem como físicos nos animais de estimação. Uma das principais vantagens da aromaterapia é não ser invasiva e ser indolor. Pode ser aplicada de forma tópica ou por inalação (em difusor).
Fisioterapia
Por fim, temos a fisioterapia, que engloba várias terapias e também tem as estratégias clínicas, que consistem na manipulação do animal a fim de fortalecer os seus membros e devolver a qualidade de vida ao paciente.
- ELETROTERAPIA: O uso de correntes elétricas em uma carga baixíssima (por isso, não devemos confundi-las com choques!) ajuda os pets a se recuperarem de lesões, a diminuir a dor e a deixar os músculos mais fortes;
- MAGNETOTERAPIA: Uso terapêutico de campos magnéticos com objetivo de reduzir a dor, o desconforto, a inflamação e ajudar na regeneração de diversos tecidos do organismo;
- HIDROTERAPIA: A esteira aquática é um exercício que não sobrecarrega as articulações e o organismo do animal, sendo uma ótima terapia para manutenção da força muscular, da flexibilidade e da capacidade cardiorrespiratória dos animais. Sendo assim, é mais uma ótima alternativa para ajudar o pet nesse período tão delicado.
Como o tutor pode colaborar com os cuidados paliativos?
O tutor também tem um importante papel na hora de promover os cuidados paliativos com seu animalzinho tão querido. Vamos saber como isso é possível?
Deixe o seu pet confortável
O primeiro passo para que os cuidados paliativos sejam bem sucedidos é garantir o seu conforto. Isso vale para todos os sentidos, está lembrado? Portanto, estamos nos referindo tanto ao âmbito físico quanto ao mental.
Crie um ambiente que seja só dele
Seu pet está livre para circular, caso ele possa e queira, mas é fundamental também que ele tenha um cantinho para chamar de seu. Reserve um local tranquilo (que pode ser próximo de você, caso ele prefira!) e com tudo o que ele precisa a poucos passos.
Adapte a casa às necessidades de seu amigo
Muitas vezes, nossos pets se veem em situações que demandam uma certa adaptação na casa. Mudar os móveis de lugar, colocar carpetes ou tapetes antiderrapantes, deixar os potes de água e alimentação em uma altura adequada… tudo é válido para facilitar a sua vida e exigir menos esforço de seu amigão.
Esteja disponível
Com o dia a dia corrido, as obrigações e o trabalho, é difícil estar sempre disponível. No entanto, sua presença e atenção são fundamentais nesse período. Passe um tempo com seu cão ou gato sempre que for possível e considere a instalação de uma câmera (que se conecta ao seu celular) para estar sempre de olho em seu pet!
Interaja com o animal sempre que possível
Além de estar presente, é preciso buscar interação. Brincadeiras que respeitem os limites dos animais são fundamentais para manter a mente do bichinho sempre ativa, diminuir o estresse e fazê-lo se sentir amado. Esses pontos são cruciais para um tratamento bem-feito!
Tenha tudo o que você precisa sempre à mão
Que tal tornar os cuidados de seu amigo mais fáceis? É só deixar tudo sempre à mão! Separe os remédios, ataduras, produtos e tudo o que você utiliza em seu dia a dia e deixe no cantinho em que seu amigo mais gosta de ficar. Isso tornará as tarefas mais simples e fará com que você tenha organização e tempo de sobra para passar com o seu amigo.
Mantenha um diálogo frequente com os veterinários
Uma das principais barreiras nos cuidados paliativos vem da desinformação dos tutores e, muitas vezes, da dificuldade de comunicação entre eles e os veterinários. Não tenha medo de perguntar e exija respostas dos profissionais, que devem falar a sua língua e ter empatia para fazê-lo compreender o real estado de saúde de seu pet.
Minimize o estresse
O estresse é um inimigo para todos os envolvidos, seja o animalzinho ou você. Por isso, tente minimizar essa tensão. Esse é um momento muito difícil, mas que deve ser aproveitado pelos envolvidos da melhor maneira possível. Os cuidados paliativos estão aí para fazer com que esse período não seja estressante, ok?
Pesquise sobre a doença de seu amigo
Mais uma vez, a compreensão é a sua melhor aliada nesse momento. Por isso, além de falar com os médicos veterinários, busque também o seu próprio conhecimento sobre a doença a partir de pesquisas individuais. Depois, leve as dúvidas para os profissionais e lembre-se: você é parte fundamental do tratamento de seu cão ou gato!
Ofereça muito amor e carinho
Nossa última dica é uma das mais simples, mas também a mais importante: não deixe faltar amor e carinho ao seu animal de estimação. Esteja com ele nesse momento, transmita muita tranquilidade e segurança e aproveite o tempo que vocês têm juntos. Assim, ele saberá que é amado e certamente se sentirá muito mais forte e energizado!
E a eutanásia?
Eutanásia é o nome dado ao ato de interromper a vida de um animal com o objetivo de pôr fim ao sofrimento de forma digna e indolor. Esse procedimento é um tanto quanto polêmico e divide a opinião dos tutores. No entanto, é preciso falar sobre essa alternativa. Então, vamos lá!
Infelizmente, em alguns casos, nos vemos em um cenário temido por qualquer pessoa que ama seu animal de estimação: os tratamentos não funcionam mais, o pet não tem possibilidade de melhorar e, ainda, os cuidados paliativos parecem não surtir efeitos.
Em uma situação como essa, o animal não possui mais qualidade de vida e alguns sinais podem indicar que a hora chegou, como:
- não há mais interação entre o pet e seus tutores;
- a dor não consegue ser controlada com o uso de medicamentos;
- o animal não consegue fazer suas necessidades fisiológicas sem ajuda;
- a alimentação precisa ser exclusivamente forçada;
- a mobilidade do animal está muito comprometida;
- a necessidade de internações é cada vez mais frequente para a aplicação de estratégias como o uso de oxigênio, entre outros.
Nesses casos, o veterinário e o dono do animalzinho conversarão sobre as possibilidades para o tratamento e decidirão, em conjunto, se a eutanásia deve ou não ser feita. Essa é uma escolha muito particular e que não pode ser forçada por nenhuma das partes.
O processo é bastante rápido e completamente indolor. É permitido aos tutores estarem ao lado do animal durante todo o tempo. No entanto, caso você prefira sair, não há problema algum, o importante é você tentar ficar o mais tranquilo possível.
Em primeiro lugar, é aplicada uma sedação no animal. Ela é a mesma utilizada em cirurgias, mas em uma dose bem maior, para que ele realmente não sinta nada durante o processo. Depois, é feita a aplicação de uma solução que fará com que o coração pare de bater em poucos segundos, sem que qualquer dor seja sentida. A partida de seu grande amigo torna-se menos dolorosa tanto para ele quanto para você.
Como podemos perceber, os cuidados paliativos são fundamentais para garantir a qualidade de vida de seu melhor amigo em um momento difícil. Aqui, na Ative, esse período não precisa ser doloroso — o nosso comprometimento é fazer dos últimos momentos de seu pet os melhores de sua vida.
Sendo assim, que tal entrar em contato com a nossa equipe? Você pode fazer as perguntas que julgar necessárias e até mesmo agendar uma avaliação de seu pet para verificar quais são as terapias que podem ajudá-lo a ficar mais confortável e muito mais feliz!