Quem convive com gatos sabe o quão complicado pode ser tirá-los de casa para fazer uma longa viagem ou, simplesmente, ir até a clínica veterinária — mesmo que ela esteja na esquina de casa. Uma sequência de acontecimentos confusos pode deixar gato e tutor em uma situação bem complicada, não é mesmo?
Por isso, é muito importante saber como transportar seu gato em segurança. Porém, para que tudo ocorra da forma mais tranquila possível, é preciso conhecer o comportamento dos felinos. A partir daí, respeitando suas particularidades, as dificuldades tendem a ser menores.
E é sobre isso que falaremos a seguir! Continue conosco e saiba como transportar o seu gatinho para que ele e você fiquem seguros e menos estressados. Boa leitura!
Por que é difícil sair de casa com o gato?
Um dos mitos que envolvem o comportamento dos gatos é o de que eles se apegam mais à casa do que aos tutores. Contudo, quem tem o privilégio de dividir seus dias com os bichanos sabe que isso não é verdade. O que acontece é que os felinos apreciam a rotina e adoram pequenos rituais.
Isso significa que eles não gostam muito de mudanças. Eles precisam ter o controle sobre o território que habitam para se sentirem seguros e, quando algo foge do padrão, os gatos ficam muito estressados, até que se acostumem com a nova ordem.
Os gatos se diferem dos cachorros nesse aspecto também. Você já reparou que, seja qual for a idade do cão, ele vai explorar um novo ambiente inteirinho em questão de minutos? Os bichanos levam mais tempo e investigam cada cômodo aos poucos, reconhecendo os lugares que podem servir de abrigo.
Tirá-los de casa de forma repentina, colocá-los soltos dentro do carro e levá-los a lugares desconhecidos deixam os gatos nervosos — salvo poucas exceções. Então, atente para as dicas que daremos no próximo tópico!
Como transportar o gato com segurança?
Agora que você já sabe das singularidades dos bichanos, veja o que fazer para tornar essa experiência menos traumática para todos.
Jamais transporte o gato solto no carro
Antes de qualquer dica, não poderíamos deixar de dizer: nunca tente transportar um gato solto no carro. Primeiro, porque é contra a lei do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Mesmo que o CTB não especifique como deve ser feito o transporte, há três artigos que dizem respeito ao assunto:
- 169 — “Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança”: infração leve, multa e pontos na carteira;
- 235 — “Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo (salvo em casos devidamente autorizados)”: infração grave, multa e pontos na carteira;
- 252 II — “Dirigir transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre os braços e pernas”: infração média, multa e pontos na carteira.
Em segundo lugar, porque os gatos se sentem muito inseguros dentro de um ambiente que não é comum a eles, principalmente se o ambiente em questão está se movendo. Também há o risco deles perambularem pelo carro e distraírem você, além do perigo de se machucarem em uma freada mais brusca ou em um eventual acidente.
Compre uma caixa de transporte rígida
As caixas de transporte rígidas são as mais indicadas para transportar gatos, por dois motivos bem simples: são firmes e fortes. Aquelas caixas de tecido macio, sem suporte na parte inferior, os deixam muito inseguros.
Além disso, se o gato estiver desesperado, pode danificar o acessório. Afinal, um tecido delicado em forma de telinha não é páreo para as garras de um felino obstinado.
Por isso, invista em uma caixa rígida. Ela é robusta, espaçosa, fresca e tem um sistema de fechamento adequado.
Acostume o gato com a caixa antes de sair
Como mencionamos, os gatos precisam conhecer tudo ao seu redor para sentir que estão seguros. Então, depois de comprar a caixa de transporte, deixe-a em algum lugar na casa em que o seu felino possa cheirar, entrar e deixar o seu próprio odor dentro dela.
Coloque cobertinhas, almofadas e qualquer coisa que faça o gato identificar esse lugar como uma toca. Uma boa dica é aplicar feromônios em spray dentro da caixa; esses produtos minimizam o estresse, proporcionando bem-estar aos peludos.
Forre a caixa e planeje o trajeto
Não é raro que os gatos façam xixi e cocô dentro das caixinhas no meio do percurso. Não há por que se preocupar muito com isso, é só consequência do medo. Então, basta forrar o chão da caixa de transporte com tapetes higiênicos. Apenas tente limpar o cocô o mais rápido que puder, pois o gato pode se incomodar com a sujeira.
Além disso, é importante que você saiba qual trajeto fará com o bichano. Na medida do possível, evite ruas não pavimentadas e estradas cheias de curvas. O mais rápido que você puder chegar ao destino, melhor; mas se o caminho mais longo for o mais estável, dê preferência a ele.
Mantenha o carro resfriado e cubra a caixa
Tente manter o ambiente do veículo o mais agradável possível. As janelas fechadas deixam o interior mais silencioso (o que é melhor para o gatinho), mas você precisará manter o ar condicionado ligado. Caso isso não seja possível, deixe as janelas abertas.
Outra coisa que pode ajudar é cobrir a caixa de transporte com um pano. Os gatos se sentem menos confusos e expostos, fazendo com que fiquem mais tranquilos.
Tenha cuidado com sedativos e faça pausas
Os medicamentos sedativos só devem ser usado em casos específicos e somente após uma consulta com o médico veterinário. O profissional vai avaliar o animal e identificar a real necessidade antes de prescrever produto — não arrisque fazer isso por conta própria.
De forma geral, os sedativos só são recomendados em viagens mais longas ou quando o estresse é tão grande que oferece riscos de prejudicar a saúde do bichano. Nesses casos de longos períodos dentro do carro, faça paradas a cada 2 horas e solte o gato no veículo (fechado, com o ar condicionado ligado).
Você pode oferecer água, ração e caixinha sanitária, mas não se preocupe se o peludo rejeitar tudo isso. É comum ele não querer nada quando está estressado; porém, vale a pena tentar.
Muito bem, agora você já sabe como transportar gato em segurança! Basta que você preste atenção ao comportamento do bichano e respeite as suas particularidades. Assim, as chances de você e seu peludo se estressarem serão muito menores.
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